quarta-feira, 20 de agosto de 2008

MAKAI

Sentado no divã como qualquer dia
Eu escarro todos os meus problemas
Procurando na paisagem da janela
A oposição aos meus dilemas
E quanto mais afogado me vejo
Na densidade do meu mundo
De uma atmosfera pesada
Profundo pesar e desespero

Já foram achados, desenterrados
Vestígios fósseis deprimidos
Em estratos fecundos de terra
Pela janela eu pulo
Profundo salto, alto mergulho
Na areia movediça
É assim a gente erra
E nem sempre alguém avisa

Restos mortais de um mundo depressado
Desmistificados pelo meu medo
Não adianta ficar me enganando que
A chuva sempre lava a areia aqui
Onde joguei meu passado tão sujo
Não adianta jogar mais terra por cima
E cavar de novo esse buraco cujo
Vão será preenchido por mim acima – de tudo

Já foram achados, desenterrados
Vestígios fósseis deprimidos
Em estratos fecundos de terra
Pela janela eu pulo
Profundo salto, alto mergulho
Na areia movediça
É assim a gente erra
E nem sempre alguém avisa

Quis sempre ter tido a chance de visitar esse lugar
Nos poços de minha mente, no fundo dos quais
Eu me mantenho a escavar
Pudera eu mergulhar na rocha negra onde já não
Há sequer uma gota de água ou lágrima mais
Eu me contento em esperar
A chance de o rei desse mundo de onde eu vim
Me trazer do núcleo do meu planeta uns pingos
Líquidos a fim de refrescar a minha sede
Preencher todos os vincos da minha mente

Respostas, alguma razão, para explicar a exposta fossilização dessa loucura

Um comentário:

Ísis disse...

Pq o cara qnd se garante
é desse jeito mesmo..!

Xeeiro, mino lindo :*