quinta-feira, 28 de agosto de 2008

SIMULTANEIDADE

Nossos dias que agora não voltam
Balas perdidas que não assustam
Mais
A chance de ter vivido retorna
De outra forma, feito águas mornas
Quais
Vapores aquecem, acariciam-nos
Nos imergem em sonhos tão noturnos
Tais
Quais lagos escuros congelados
Que são astralmente visitados

Em suas escuridões envolventes eu me esqueço
E permito a mim mesmo me abraçar, conheço
Enfim, o calor do meu próprio corpo, perdido
Nessa enorme poça de lágrimas, tem sido

Muito bom me confortar em mim mesmo nesse oceano de prantos internos, atar os laços comigo, consigo me achar

Num raio de milhas e milhas, bem no meio
Da minha íris, assim me permeio
De facas
Nove milhões, novecentos milhões
Pulverizado, e em poucas razões
Tão fracas
Eu me apóio para levantar
Assim prosseguir, seguir as
Estacas
Pontilhando trilhas difíceis
Com problemas irresolvíveis

Em busca do sono eu viajo à noite até as profundezas dos lagos congelados
Em suas escuridões... (...)

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